12 de janeiro de 2008

2 em 1

Já estamos quase a meio de Janeiro, mas este e ainda o meu primeiro post do ano...
Sendo assim, sejam bem vindos a 2008.
Não sou muito dado a fazer "balanços" sobre os anos que passam; se é verdade que reflicto bastante sobre as coisas que me vão acontecendo ao longo dos tempos e procuro aprender com elas, também não é menos certo que infelizmente eu raramente partilho estes pensamentos e conclusões com os outros. São estas reflexões pessoais, a maneira como cada um vê as coisas, que nos fazem tornar naquilo que somos, ter as opinoões que temos, a personalidade que construímos... São aquilo que de mais profundo e "sagrado" nós temos.

E então não vou fazer um resumo do ano, ou balanço ou coisa e tal...
De qualquer forma destacaria um "acontecimento" deste ano, que não será dos mais relevantes ou marcantes do ano, mas tem a sua importância e significado:
O lançamento, pelos Radiohead, do álbum "In Rainbows" na Internet, a preço "livre" isto é, o que cada um quiser pagar pagar pelo álbum.

Meus amigos, como diria o Prof. José Hermano Saraiva, "Fez-se história!!!".
Mais uma inovação/revolução no mundo da música e das editoras discográficas; uma jogada arriscada, visionária e corajosa dos Radiohead que assim dão um grande passo em frente e encaram sem medo a realidade actual do panorama musical e do seu futuro, que tem de passar pela Internet e tem de se ajustar à realidade da pirataria informática!!! Fizeram o que nunca antes, grupo algum teve coragem para fazer; entraram no mundo da Internet, encararam o "inimigo" com quem têm de conviver e lutaram com as suas armas. Numa atitude de grande humildade e dignidade disseram :

-Está aqui o nosso álbum... Paguem por ele o que acham que merecemos pelo nosso trabalho, mas se nos quiserem "explorar", ou acharem que não merecemos nada, podem levá-lo de borla, também não há problema!!!

E o resultado foi espantoso... Um dos álbuns mais bem sucedidos nas vendas e nos tops em 2007; um preço médio por download muito bom (mas não sei dizer ao certo quanto) apesar da liberdade do preço e... um número, apesar de tudo, reduzido de downloads feitos sem pagar nada, ou seja, a grande maioria deu algum dinheiro, ainda que alguns tenham pago um valor simbólico.

E este desfecho? Surpreendeu alguém, tirando talvez os donos das grandes multinacionais discográficas????
A mim não surpreendeu... E mais uma vez se prova que o problema, a crise actual da indústria não está nos músicos, não está nos consumidores... Está nos intermediários.

A 2ª questão do post de hoje, que já vai longo, vem na tradicional linha da Sociedade Individual: "and now for something completly different":

Há vários assuntos sobre os quais gostamos de pensar e até pensamos muito, mas raramente chegamos a conclusão alguma.

Hoje estive a pensar na obsessão que há em relação ao futuro e em fazer planos a longo (longuíssimo por vezes) prazo e em que maneira isso não faz com que muitas vezes desprezemos, ou no mínimo, negligenciemos um pouco o presente.

Não podemos hoje, e isso é indiscutível, viver naquela filosofia do "viver um dia de cada vez", pelo menos estritamente: os dias de hoje não permitem!
É sempre preciso olhar para o futuro e fazer planos em que o amanhã desempenhe um papel mais determinante que o hoje, ok! Mas tem de haver um equilíbrio entre os dois, e parece-me que claramente uma parte das pesssoas hoje já ultrapassou essa linha de equilíbrio e já passa os dias a pensar no futuro.

E a minha questão é: até que ponto tem sentido estar de forma muito exageranda e quase angustiada a pensar no futuro?
E não tem sentido por duas razões, primeiro porque se passarmos sempre os dias à espera do "amanhã" obviamente o amanhã não chegará nunca, e é importante que se perceba isso pois essa ânsia de futuro tem o condão de se transformar rapidamente num péssimo e perigoso vício.
Em segundo lugar não justifica porque nos dias de hoje em que se fazem cada dia novas descobertas, mas ainda assim a incerteza quanto ao futuro é grande, nunca podemos saber de forma fiável o que vai acontecer amanhã e nessa medida, planos quanto ao futuro têm o valor que têm, não devemos exagerar e fazer deles a razão de viver.

Com isto não estou a dizer quer nos devemos focar só no presente... Toda a gente pensa no dia de amanhã e faz imensos planos etç etç.
O que queria transmitir é que pensar no futuro, fazer planos, prevenir, é bom, mas com moderação, desde que não nos esquecamos de viver também o hoje, sob pena de deixarmos a vida passar ao lado por causa disso.

E agora, vou ter que estudar porque "o futuro está aí" não tarda nada!!! :P

Beijos e Abraços
Tiago

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