20 de março de 2009

Viver sempre em frente (Benjamin Button não existe...)



"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada".

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento".
Clarice Lispector


Vivemos todos com algo em comum - A própria vida.
Todos nascemos, crescemos, aprendemos, vivemos e enfim, partimos... Todos os dias são iguais para toda a gente: e é de manhã, é de manhã para todos, e está chuva também, aliás: o sol quando nasce é para todos.

E assim vamos realizando o mais longo e incrível trabalho que algum dia realizaremos - viver.
Concordando com Clarice, para a minha vida escolhi um rumo que procure combinar da melhor maneira que posso a aprendizagem do passado, a incerteza do futuro e a urgência do presente.

Vamos passando pela vida como um carro vassoura pela rua...
Enquanto este arrasta consigo aquilo que consegue recolher da rua, indistintamente, quer seja lixo ou algo valioso, nós levaremos para a frente, connosco, também aquilo que conseguimos retirar da vida, quer sejam coisas boas ou más. De preferência, levaremos connosco as coisas boas. Das más, assim que retirarmo aquilo que possa ter de útil, devemo-nos livrar quanto antes porque o espaço é curto (o tempo nem se fala) e tem de ser aproveitado da melhor e mais inteligente maneira possível.

Se tudo se resolvesse apenas assim, nem estariamos mal... Mas claro que depois há sempre inúmeras excepções, imprevistos, proibições e condicionalimos. A vida é fértil em arranjar "problemazinhos" que de repente, bloqueiam totalmente o "sistema" não é?

Mas aí vem um segundo aspecto - a mudança!
É sempre possível mudar. É a melhor arma para enfrentar muitos problemas; se não mudássemos, a vida seria sempre igual, ou parecida... De que adiantaria viver?
Viver é conhecer a novidade a cada instante, é aprender, é mudar.
Não vou tão longe como Fernando Pessoa quando dizia que aquele que acordava num dia não era a mesma pessoa que se deitara na véspera. Sim... Estamos sempre a mudar, mas continuamos iguais, os mesmos (a velha ideia de Sartre: "Eu mudo para continuar o mesmo")... mas diferentes.
Raramente podemos definir ao longo da nossa vida as datas em que mudamos... As mudanças na nossa vida são constantes, e apenas uma pequeníssima, insignificante parte delas são realmente repentinas.

Deste "strogonoff" filosófico que para aqui cozinhei, devo concluir naturalmente, que viver vale a pena, se soubermos realmente entender e estar receptivos à vida... Caso contrário, não: quem não se sente preparado para esse desafio é uma pessoa infeliz, porque será como um Benjamim Button que, além de idoso na aparência e no pensamento, tivesse nascido já meio morto e assim continuasse por toda a sua vida, "fechando-se" perante esta!!!!


Não sei se passei muito bem a mensagem, porque nem sei que mensagem queria passar.

Beijos, Abraços e muitos palhaços!!!

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